quinta-feira, novembro 30, 2006

 

Horas

Hora atrás d’ hora, dia atrás dia, ano depois d’ano…
A vida escorre inexoravelmente…
Numa sequência lenta, repetida, rotineira.
O relógio passa as horas e estas são iguais às do dia anterior, não deixando distinção entre um e outro.

O que quebra esta rotina?
O que faz com que o fugir não seja a solução?


Talvez o viver a vida através de outros olhos, escutando sonhos alheios, pedindo emprestados os sorrisos.

Vive-se as vidas dos protagonistas dos filmes, das personagens dos livros.
Vive-se os sonhos dos filhos… Pede-se o sorriso aos amigos…

Acelera-se na auto-estrada levando a vida ao limite.
Ouve-se a música que se gosta uma e outra vez (“outa vez?”). Esvazia-se a mente de pensamentos na (vã) tentativa de atingir o nirvana.

E quando eu morrer não terei deixado nada para ser lembrado por ninguém…

Não escrevi um livro (como cheguei a pensar…), não plantei uma árvore. Tive filhos (definitivamente a minha melhor obra…). E eles lembrar-se-ão?... Irão recordar os meus sonhos? Os meus sorrisos? A minha vida?

O relógio continua a passar as horas. E esta hora, sei, será igual à de amanhã, que por sua vez será igual à do dia seguinte…


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